segunda-feira, 18 de junho de 2012

O TABERNÁCULO


O Tabernáculo
Tenda provisória, onde o Senhor falava a seu povo, Ex 33.7-10.
Construção portátil, em forma de tenda, que Deus ordenou a Moisés que fizesse para servir de sua morada no meio do povo de Israel, (Ex 25.8,9), donde lhe veio o nome de habitação, (Ex 25.9; 26.1), lugar onde Jeová falava a seu povo, (Ex 41.34,35), onde se achavam depositadas as tábuas da lei ou o testemunho, “o tabernáculo do testemunho”, (Ex 38.21; cp. 25.21,22; Nm 9.15), também denominado “casa do Senhor”, (Ex 34.26; Js 6.24).
Os materiais para construção do tabernáculo foram adquiridos ali mesmo em larga quantidade. As madeiras vieram das florestas do deserto. Deram os homens e as mulheres os braceletes, as arrecadas, os anéis e os ornatos dos braços; todos os vasos de ouro foram postos à parte para donativos do Senhor. Se algum tinha Jacinto, púrpura e escarlata, linho fino e pelos de cabra, peles de carneiro, metais de prata e de cobre, paus de cetim para vários usos, tudo ofereceram ao Senhor. Os príncipes ofereceram pedras cornelinas e pedras preciosas para o éfode, (Ex 35.21-29). O largo dispêndio de metais preciosos para uma construção temporária ficou plenamente justificado, uma vez que todos os materiais tinham de ser aproveitados, quando se procedesse à construção permanente. O Senhor dá a Moisés as instruções minuciosamente para a edificação do tabernáculo, a começar pela arca, que era o ponto central para o encontro de Jeová com o seu povo, (Ex 25.22).

I. Feições essenciais e permanentes: a arca, a mesa dos pães da proposição e o candeeiro de ouro, (Ex 25.10-40), símbolo de coisas celestiais, (Hb 9.23.) Seguem-se os pormenores, (Ex 26.1-37); para o altar dos sacrifícios, (Ex 27.1-8); para a localização do átrio, (Ex 27.9-19). O candeeiro deveria ser alimentado com azeite puro de oliveira para conservá-lo sempre aceso, (Ex 27.20,21). O cap. 25.30 de Êxodo fala sobre os pães da proposição que deveriam estar sempre na presença de Deus.

II. Aproximação a Deus, por mediação do sacerdócio. Sua instituição, (Ex 28.1); suas vestes, (Ex 28.2-43), modo de sua consagração, (Ex 29.1-36). Depois de criada a ordem sacerdotal vem as especificações referentes ao altar, (Ex 29.37), e ao sacrifício perpétuo, (Ex 29.38-42).

III. Passa em seguida para o altar dos incensos, (Ex 30.1-10), simbolizando a adoração que o povo santificado oferece a seu Deus. Somente neste lugar é que se fala do altar dos perfumes em separado dos demais objetos que ornavam o tabernáculo. Deveria ocupar logicamente o ponto em que o povo oferecia as suas adorações ao Senhor. Em outros lugares, figura ele em conjunto com as outras peças na ordem seguinte: a arca, a mesa, o candeeiro, o altar dos incensos e o altar dos sacrifícios, como se diz em relação a estes objetos, (Ex 37.25-28), na enumeração de todas as peças, (Ex 39.38). Nas instruções sobre a maneira de levantar o tabernáculo, (Ex 40.5), e na história final de sua elevação.

IV. Provisões para as necessidades do culto: A contribuição de meio siclo preço do resgate de cada pessoa, (Ex 30.11-16), a bacia de bronze, (Ex 30.17-21) as santas unções de óleo, (Ex 30.22-33), e o incenso, (Ex 30.34-38).
O tabernáculo formava um paralelogramo de 18 m de comprimento por 6 m de largo, com entrada pelo lado do oriente. A parte traseira e os dois lados eram feitos com 48 tábuas, 20 de cada lado e 8 nos fundos, das quais, duas formavam os ângulos, todas cobertas de ouro.
As tábuas apoiavam-se em bases de prata duas em cada tábua, ligadas entre si por barrotes de pau de cetim; cinco para conterem as tábuas a um lado do tabernáculo outros cinco para o outro lado, e cinco para o lado ocidental, presos a argolas de ouro, (Ex 26.15-30).
Toda a frente servia de entrada, onde se erguiam cinco colunas de pau de cetim douradas, cujos capitéis eram de ouro e as bases de bronze, de onde pendia um véu de jacinto e de púrpura. O interior dividia-se em duas secções, separadas por uma cortina suspensa de quatro colunas douradas, com capitéis de ouro e bases de prata, (Ex 26.32,37). Os dois compartimentos ficavam na parte ocidental, onde se achava o santo dos santos e o santuário, ou lugar santo, (Ex 26.16).

Havia quatro cortinas:

I. A coberta e os lados tinham uma cortina de linho retorcido de cor de jacinto, de púrpura e de escarlata com querubins. Esta cortina era feita em dez pedaços, cinco pedaços eram enlaçados uns com os outros, e os outros cinco se uniam do mesmo modo, de sorte que formavam duas peças que se prendiam entre si. Uma formava a coberta e três lados do santo dos santos, e a outra, a coberta e outros dois lados do santuário.

II. A principal coberta externa do Tabernáculo era de pelos de cabra e consistia de onze cobertas estreitas. Estas onze cobertas se ajuntavam umas às outras, formando duas secções: uma com cinco, e outra com seis, A parte formada pelas cinco cobria o teto e três lados do santo dos santos; a mais larga cobria o teto e os lados do santuário.

III. A terceira coberta era de peles de carneiro, tintas de vermelho.

IV. À entrada do santuário pendia um véu e outro em frente do santo dos santos. Cada um deles era de cor de jacinto, de púrpura e de escarlata, e de linho fino retorcido, com lavores de bordados, com figuras de querubins, para indicar que ninguém se poderia aproximar da presença de Jeová.
O tabernáculo ocupava um átrio retangular de 100 côvados de comprimento na direção de leste a oeste, e de 50 de largura de norte para sul, cercado por vinte colunas de cada lado com outras tantas bases de bronze e capitéis de prata, cada uma separada da outra, 5 côvados, com cortinas de linho retorcido. Na entrada do átrio havia uma coberta de vinte côvados, de jacinto, de púrpura, de escarlata tinta duas vezes, e de linho fino retorcido, com quatro colunas e outras tantas bases, (Ex 27.9-18).
O tabernáculo ocupava a metade da parte ocidental do átrio; o mar de bronze e o altar dos sacrifícios ficavam na outra metade para o lado do oriente sem coberta alguma A arca era o ponto de convergência de todo o cerimonial e ocupava o santo dos santos. No santuário, bem defronte do véu que o separava do santo dos santos, erguia-se o altar dos incensos, que, não obstante, também pertencia ao oráculo, (1Rs 6.22; Hb 9.3,4). Neste mesmo compartimento estava a mesa dos pães da proposição ao lado direito, e ao lado esquerdo, o candeeiro de ouro. Fora do átrio, estava o mar de bronze e o altar dos sacrifícios.
A dedicação do tabernáculo fez-se no primeiro dia do segundo ano depois que os israelitas saíram do Egito. Durante o dia, cobria-o uma nuvem, e durante a noite, pairava sobre ele uma coluna de fogo, enquanto durou a viagem pelo deserto. Quando se levantava acampamento, os levitas se encarregavam de desmontar o tabernáculo e de novo o levantarem em outro lugar, Ex caps. 26; 27.9-19; 35.4-36; 38; 40.1-38. Enquanto durou a conquista de Canaã, a arca permaneceu no campo em Gilgal. Depois de se estabelecerem na terra prometida, Josué levantou o tabernáculo em Siló, onde permaneceu em todo o tempo dos juizes, (Js 18.1).
Parece que em torno do santuário havia dependências destinadas aos sacerdotes e à guarda das ofertas que o povo fazia ao Senhor, (1 Sm 3.3);  acampamento dos levitas em torno dele, (Nm 3.23,29,35). Estas dependências com certeza Eram protegidas de modo diverso, por que era o tabernáculo. Fala-se em tendas, (2Sm 7.6), em porta do tabernáculo do testemunho, (Js 19.51; 1Sm 2.22), em habitação de Jeová, (Js 22.19,29; Jz 19.18; 1Sm 1.7,24; 3.15). Quando os filisteus tomaram a arca, o tabernáculo perdeu toda a sua glória e todo o seu valor, (Sl 78.60). No reinado de Saul a arca esteve em Nobe, (1Sm 21.1).
No reinado de Davi e no de Salomão, até a construção do templo, o tabernáculo estava num alto que havia em Gabaom, (1Cr 16.39; 21.29). Depois que Salomão edificou o templo, segundo o modelo do tabernáculo, porém em mais largas proporções, tudo que havia no tabernáculo foi transferido pra ele. (1Rs 8.4; 2Cr 5.5).
Levítico 1.1 – “O tabernáculo” onde Deus se encontrou com Moisés era, na verdade a tenda da congregação, uma estrutura menor que ficava dentro do grande tabernáculo. A tenda da congregação continha o santuário em uma parte e o lugar santíssimo com a arca em outra parte, sendo estes dois compartimentos separados por um véu. Êxodo 33.7 menciona a tenda da congregação antes do tabernáculo ser construído. A narrativa da construção do tabernáculo encontra-se nos capítulos 35-40 de Êxodo. Todavia o AT faz alguns trocadilhos de palavras referindo-se ao mesmo lugar. Por exemplo: Josué 18.1, fala da tenda da congregação que estava em Siló, e em 1 Samuel 1.9 o texto usa a palavra templo na mesma cidade, Siló. Sabemos que o templo foi construído por Salomão muito anos depois.
Portanto para entender tenda da congregação, tabernáculo e templo no AT nada melhor do que fazer um estudo mais acurado dos seus respectivos contextos.

Pb Gerardo Pereira

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